domingo, 20 de novembro de 2011

Nem só de tinta vive o homem (I)

Como já falei por aqui, esferográficas nunca me animaram. Mas minha primeira paixão de escrita, não foram as canetas tinteiro. Apesar dos estadunidenses estarem francamente intencionados em acabar com a grafia manuscrita, até hoje sempre que se alfabetiza uma criança, o primeiro instrumento de escrita que se fornece a ela, é o velho e bom lápis.


Por incrível que pareça, o lápis tem até data de nascimento... Foi na Inglaterra em 06 de abril de 1564 que se descobriu a primeira jazida de grafite. Já se escrevia com carvão, mas a substância recém descoberta, provou ser muito melhor para escrita. A adição de talas de madeira para reter a peça de grafite, foi praticamente imediata, pois a substância sujava as mãos, tornando a escrita uma tarefa um tanto difícil.


Em 1761, na Alemanha, Kaspar Faber inicia a produção industrial de lápis em Nuremberg.


Mas foi no ano de 1792 que o lápis tomou a forma que conhecemos hoje. Nasceu na Áustria, inventado pelo arquiteto Joseph Hardtmuth. Até então, o grafite era torneado para se transformar em bastões cilíndricos que eram "ensanduichados" entre duas metades de madeira coladas formando o lápis. Hardmuth criou um novo processo no qual uma massa era formada pela adição de óleos, argila e PÓ de grafite. Essa mistura secava a frio e tornou-se o grafite como conhecemos até hoje. A DOSAGEM de óleo e argila, permitia duas linhas de grafite, a linha "H" com teor baixíssimo de óleo e conseqüente maior dureza de a linha "B", com teores maiores de óleo e mais macia. A necessidade de grafites diferentes, só poderia ter sido resolvida por um arquiteto...


O ponto central, é o grafite "HB". Quando se avança para o lado do "B" (B, 2B, 4B etc.), o grafite vai ficando mais macio e "borrante". Quando se avança para o lado do "H" (H, 2H, 4H etc.), o grafite vai ficando mais duro e "cortante".


Esses dois senhores, fundaram empresas que entraram no negócio e estão firmes e fortes até hoje. A alemã, tornou-se a Faber-Castell. A austríaca, tornou-se a Koh-I-Noor, que alguns anos depois, mudou-se para a Bohemia (hoje parte da república Tcheca), pela maior disponibilidade de jazidas de grafite de boa qualidade.


A massa de grafite para escrita, teria continuado inalterada até hoje, não fosse uma empresa japonesa que substituiu a argila por polímeros especiais. Estou falando da empresa Pentel...

2 comentários:

  1. Olá.
    Existe aquela controvérsia em que os americanos gastaram "milhões de dólares" para desenvolver uma
    caneta que escrevesse na falta de gravidade enquanto que os russos simplesmente levaram lápis. Será verdade ou lenda?

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  2. Embora muito engraçada, é LENDA... Um lápis, ao escrever, libera fragmentos de grafite. Na falta de gravidade, esses fragmentos ficam "voando" dentro da cápsula. Se um deles se infiltrar dentro de equipamento de comunicação ou navegação, provoca um CURTO CIRCUITO.

    A caneta esferográfica usada pelos estadunidenses (e mais tarde também pelos soviéticos), era a Fischer Space Pen, que de especial só tinha a carga pressurizada a gás. Foi projetada SEM ENCOMENDA do governo e certamente esse projeto não custou tanto assim.

    De qualquer forma, dizem que quando uma lenda supera a realidade, DIVULGUE-SE A LENDA!!!

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