quinta-feira, 30 de junho de 2011

Abastecimento - Cartuchos e Conversores

As canetas esferográficas estavam chegando. Apesar da baixa confiabilidade e ainda da desconfiança de muitos, estava claro que a operação de abastecê-las não chegava nem perto da dificuldade do abastecimento de canetas tinteiro. Sem falar na freqüência do reabastecimento. Enquanto uma caneta tinteiro precisava ser reabastecida em freqüência quase diária (conforme o uso...), para uma esferográfica bastava trocar uma carga a cada "n" meses... Isso se não fosse uma caneta descartável...


Nesse cenário, uma velha idéia ainda não experimentada, voltou à tona. Os cartuchos!!! Pequenos tubos lacrados contendo tinta, que ao serem encaixados nas canetas, rompiam o lacre permitindo que seu conteúdo fluísse para o alimentador e a pena. Simples, prático e limpo.


A primeira marca a apostar tudo nos cartuchos, foi a japonesa Platinum. Vários fabricantes pelo mundo a fora aderiram à idéia. Nos EUA, Sheaffer, Parker e Esterbrook acabaram por embarcar na "nova onda". A Parker, foi a última, pois não via a idéia com bons olhos. Seu primeiro lançamento, foi a Parker 45, um projeto nascido na empresa Eversharp que acabara de ser encampada. O próprio número/modelo, foi inspirado nas pistolas Colt 45, que eram municiadas semi-automaticamente por cartuchos.


No início da década de 60, a Parker lançou a legendária Parker 51 em versão a cartucho, rechaçada pelo fiel público. A "Cartridge 51", não completou três anos no mercado.


Medidas


O que nasceu para simplificar a vida do consumidor, acabou por criar um novo problema. Como cada empresa criou seus próprios cartuchos, não se demorou a perceber, que cada marca seguiu um rumo. Um cartucho, é dimensionado basicamente por duas medidas, o diâmetro do canal de alimentação e o comprimento. Um cartucho Parker, tem canal de 1/8" (um oitavo de polegada). A Sheaffer, criou cartuchos de 3/32". A Esterbrook, criou cartuchos de 3/16", mas fornecia seus cartuchos com adaptadores que permitiam o uso em canetas Sheaffer e Parker.


No Japão, a padronização não vingou. Pilot seguiu um rumo e Platinum outro. Medidas totalmente diversas.


Na Europa, o panorama foi diferente. O padrão adotado pela quase totalidade dos fabricantes, foi o canal de 3 mm de diâmetro, que ficou conhecido como MEDIDA INTERNACIONAL. Atualmente, é internacional mesmo, pois também foi adotada pelos fabricantes chineses.


Reabastecendo


Cartuchos, apesar da praticidade, têm uma péssima relação custo/benefício. No preço de um cartucho, apenas 20% é valor de tinta, o restante é o preço do material do cartucho e do processo industrial. É um preço alto a se pagar pelo conforto. Muitos usuários, reabastecem o cartucho utilizando uma seringa de injeção e tinta de tinteiro. É o que se chama de GAMBIARRA, mas barateia o processo. Outra boa justificativa para o reabastecimento, é que algumas marcas de canetas e cartuchos, não são mais fabricados, restando o reabastecimento como única alternativa


Conversores


Alguns usuários, nunca aceitaram a idéia de usar cartuchos. Mas num momento onde a Parker 45 era uma novidade bastante cobiçada, mesmo quem não aceitava os cartuchos, não queria ficar de fora. Os fabricantes tiveram então a idéia de criar os CONVERSORES, que são bombas que podem ser adaptadas às canetas encaixando-se da mesma forma que os cartuchos. Os primeiros conversores, eram tubos dotados de ink sacs. O padrão quase universal para conversores nos dias de hoje, é o sistema de êmbolo de acionamento giratório.


Uma caneta com o cartucho instalado e o respectivo conversor


Com essa quase-padronização, qualquer caneta a cartucho hoje, tem conversores como opção, e talvez a maioria já seja fornecida com o conversor. É comum, as publicações atuais se referirem às canetas de cartucho, como canetas C/C (Cartucho/Conversor).


Adaptando


Algumas canetas, nunca tiveram conversores disponíveis em sua medida, apenas cartuchos. Outras, utilizam conversores que não são mais fabricados. Outras ainda, utilizam conversores de difícil obtenção. Abaixo, duas adaptações que fiz, a primeira é uma Faber 66 (brasileira), que utilizava cartuchos. Hoje, nem a caneta nem os cartuchos são mais fabricados. A segunda caneta, é uma Platinum PE-500, que utiliza uma medida proprietária, de difícil obtenção no Brasil. Ambas estão hoje equipadas com conversor Sheaffer, adaptado para suas medidas. Funcionam com perfeição...


Faber 66 (brasileira) com conversor Sheaffer adaptado

Platinum PE-500 (Japão) com conversor Sheaffer adaptado






11 comentários:

  1. Seria possível eu adaptar um conversor da Sheaffer, como este: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-511805326-conversor-para-canetas-tinteiro-sheaffer-_JM

    para uma caneta da Crown, por exemplo a Capricci?

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  2. Teoricamente, é possível Alexsander... Mas o conversor Sheaffer, tem o diâmetro externo bem largo e muitas vezes é necessário torneá-lo por fora e também alargar o canal interno. Dá uma espiada em http://www.casadascanetas.com.br/produtos_detalhe.asp?codigo=25014

    É o conversor específico da Crown... Um pouco mais caro, mas pode poupar dores de cabeça...

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  3. Muito obrigado pela dica sr. Eduardo. Parabéns também pelo blog, achei bem interessante ele.
    Até vi o conversor do link que me enviaste, o problema de comprar em tal site é apenas o frete, que torna o conversor extremamente caro se comparado ao valor da caneta em média.

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  4. Olá! Tenho uma Crown, colocando o conversor seria interessante usar que marca de tinta?

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    1. Escolha de tinta é um lance meio complicado... Nem sempre uma tinta boa para um usuário é boa para outro. Sugestão: Tintas Sheaffer. Têm a melhor relação custo/benefício atualmente e são fáceis de encontrar em boas papelarias.

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  5. Boa noite. Achei uma Johann Faber 66 entre velhos pertences de meu falecido pai. Infelizmente não sei dizer se era abastecida por bomba ou cartucho, pois não há nenhum elemento assim dentro dela. Qual seria a melhor opção para colocá-la em funcionamento?

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  6. Gostaria de saber se posso colocar um cartucho em uma caneta que originalmente é de conversor

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    1. Olá Gabriel! O conversor, é uma bomba removível que se encaixa no lugar do cartucho. Ele é usado para CONVERTER uma caneta a cartucho para operar como uma caneta de bomba, daí chamar-se conversor. Se a bomba puder ser removida com facilidade, ela é um conversor e a caneta portanto aceita cartucho. Caso contrário, será uma bomba fixa, logo não é um conversor e não será possível portanto usar cartucho.

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  7. Olá! Como você fez a adaptação do. Conversor sheaffer pra caneta Faber-Castell ? Adquiri uma recentemente mas não tenho cartucho dela

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  8. A primeira coisa a fazer, é remover o anel metálico de reforço da boca do conversor. O próximo passo é alargar o furo. Use uma broca de 3 mm e tente encaixar. Se não entrar, use uma 3.5 mm e vá em passos de 0.5. se ficar Largo demais, poderá ocorrer vazamento...

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  9. olá. como vc fez a conversão para a johan faber?

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