terça-feira, 21 de junho de 2011

A Pena (I)

Que a pena é o coração da caneta, ninguém tem dúvidas. Ela pode ser exposta, embutida, plana, recurva, cilíndrica, pode ter/ou não insert de metal duro na ponta, pode ser mais rígida ou mais elástica, mas a maior discussão, ainda corre por conta dos materiais envolvidos em sua fabricação.


Em todo ramo que envolve paixão, é muito natural o surgimento de mitos e mentiras, que repetidos à exaustão, acabam virando meias verdades aceitas por muitos como verdades absolutas.


Não sou um Myth Buster das canetas tinteiro, mas sempre que posso, procuro rechaçar mitos e meias verdades. Pra começarmos, vamos a um pouco de teoria...


Em qualquer caneta tinteiro, a pena faz parte de um conjunto, composto pela própria pena e pelo alimentador, que é uma peça de polímero, quase sempre preta e quase sempre estriada, localizada abaixo da pena. O alimentador, possui em sua extensão, um canal que fica em contato com a pena e traz a tinta do reservatório. As dimensões do canal do alimentador, são suficientemente pequenas, para que a tinta não escorra sozinha. Na porção frontal do alimentador, o canal de alimentação entrega a tinta à pena, na posição onde a pena tem sua tradicional fenda, que "abre" a pena em duas partes.


Basicamente, essas duas "pernas" da pena (os estadunidenses chamam de "tines"), têm autonomia de movimento, ou seja, podem se movimentar independentemente uma da outra. Em algumas penas, há um furo no término da fenda e em outras não. Veja abaixo dois exemplos, com (Hero 5020) e sem o orifício (Parker Classic).

























Esse furo, é chamado por alguns de orifício de respiro, mas na prática, tem uma função muito mais simples: Penas que têm o orifício, são menos propensas a quebras longitudinais.


Muito do conforto e maciez da escrita, dependem da dureza de uma pena. O par de "pernas" da pena, é aos olhos da Física, um par de molas laminares de flexo-torção, ou seja, lâminas que apresentam ELASTICIDADE manifestada por flexão e torção simultâneas.


É um erro comum, denominar penas de alta elasticidade como penas FLEXÍVEIS. Essa terminologia entretanto, é INCORRETA.


De acordo com a Física, um objeto ao sofrer esforço, deforma-se permanentemente ou não. Se a deformação for permanente, o objeto é PLÁSTICO. Se a deformação for temporária, ou melhor, se o objeto recupera a forma original após cessar o esforço solicitante, o objeto é ELÁSTICO. A elasticidade, pode ser por FLEXÃO, TORÇÃO, TRAÇÃO, COMPRESSÃO ou ainda por uma COMPOSIÇÃO de modos.


Uma pena, é mais ou menos ELÁSTICA, podendo chegar a um ponto onde a elasticidade é praticamente zero, ocasião onde é denominada pena RÍGIDA.

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