Se retiramos ar de um recipiente e a seguir ligamos esse recipiente a um frasco de líquido através de um tubo, a pressão dentro do recipiente é menor que a pressão atmosférica. Para igualar, a atmosfera empurra o líquido do reservatório para dentro do recipiente até que a pressão interna do recipiente esteja igual à pressão atmosférica.
Se o frasco de líquido é o tinteiro e o recipiente é o reservatório da caneta, acabamos de criar uma caneta com abastecimento a vácuo, ou "vacuum filler" ou ainda "vac fil".
Vários sistemas desse tipo, foram concebidos, fabricados ou mesmo testados, mas dois em particular, merecem atenção.
1. Parker Vacumatic: Sistema concebido para a caneta Parker Vacumatic na década de 30 e usado também em alguns modelos da Parker Duofold e mais tarde nos primeiros modelos da Parker 51. O sistema Vacumatic, consiste de um diafragma acionado por botão. Esse botão, da mesma forma das antigas button filler, também é localizado no final do corpo e protegido por uma "tampa cega". Diferentemente do button filler, o botão aqui não comprime mecanicamente um ink sac e sim aciona um diafragma, que expulsa o ar do interior da caneta. O botão, por efeito de mola retorna à posição de repouso, trazendo o diafragma. Nesse momento, a pressão interna do reservatório da caneta diminui, criando vácuo. A pressão atmosférica faz o restante do trabalho, empurrando a tinta do tinteiro para dentro do reservatório. Há ainda, um tubo de respiro, que permite igualar a pressão interna e externa ao final da manobra. O truque está em expulsar o ar rapidamente, mas permitir que a tinta entre mais rápido que o ar na sucção.
Uma Parker 51 Vacumatic Demonstrator - foto: parkercollector.com
2. Sheaffer Vac Fil: Concebido pela Sheaffer e utilizado por outros fabricantes também, é um sistema bastante engenhoso. Há um êmbolo dentro da caneta, acoplado a uma longa haste. Desrosqueado a extremidade posterior do corpo, puxa-se essa haste totalmente. Como há um anel de vedação na passagem da haste para o exterior, o ar contido atrás do êmbolo, é obrigado a passar pelas laterais do êmbolo, o que é possível, pois o corpo do êmbolo além de elástico, é também ligeiramente cônico (maior diâmetro na parte de baixo). Nesse momento, a caneta deve ter sua pena mergulhada na tinta. O próximo movimento, é empurrar totalmente o êmbolo e aguardar o abastecimento... Mágica? Quase... Ao empurrar o êmbolo para baixo, produz-se váculo atrás dele, pois o local que continha pouco ar, expande-se em volume. Quando o êmbolo está próximo ao ponto inferior, ele passa por uma região do reservatório, onde o diâmetro é maior. Nesse momento, a região de baixa pressão atrás do êmbolo, se comunica com a região abaixo através das laterais do êmbolo. A pressão atmosférica, empurra então a tinta que sobe para o reservatório da caneta, passando pelas laterais do êmbolo.
Vantagens e Desvantagens: Os sistemas de sucção a vácuo, são bastante eficientes, ou seja, é possível encher a caneta rapidamente com ocupação quase total do reservatório em um número mínino de acionamentos (no caso das vac fil, apenas um acionamento). A principal desvantagem, está na complexidade e na necessidade de absoluta vedação. A TWSBI do vídeo acima, é uma caneta moderna, que ainda não está a venda. Emprega tecnologias modernas de vedação, que prometem combater o principal problema que as vac fil antigas apresentavam, ou seja, vazamentos no retentor da haste (vedação da passagem da haste pelo corpo). O modelo está em testes há mais de um ano...
Uma TWSBI Vac Fil - Demonstração de abastecimento
Vantagens e Desvantagens: Os sistemas de sucção a vácuo, são bastante eficientes, ou seja, é possível encher a caneta rapidamente com ocupação quase total do reservatório em um número mínino de acionamentos (no caso das vac fil, apenas um acionamento). A principal desvantagem, está na complexidade e na necessidade de absoluta vedação. A TWSBI do vídeo acima, é uma caneta moderna, que ainda não está a venda. Emprega tecnologias modernas de vedação, que prometem combater o principal problema que as vac fil antigas apresentavam, ou seja, vazamentos no retentor da haste (vedação da passagem da haste pelo corpo). O modelo está em testes há mais de um ano...
Graças aos novos materias para canetas antigas não temos mais esse vazamento pela parte de trás do pistão, pois antes usavam feltro e finas borrachas para vedação, hoje existe borrachas maiores que substituem o feltro.
ResponderExcluirRicardo Borba